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[caption id="" align="alignnone" width="300"] Valdir Gonçalvez teria tentado atacar o vigilante com uma barra de ferro[/caption]

Um morador de rua de 34 anos foi assassinado por um vigilante, na tarde de ontem, na construção de um shopping no bairro Boa Vista, em Vila Velha. O crime aconteceu por volta das 15h30 durante uma tentativa de roubo dentro da obra, segundo a polícia.



Valdir Bruno Gonçalvez Florencio teria entrado no local para roubar fios de cobre. Assim que começou a recolhê-los o alarme foi acionado.

Segundo o vigilante, Elias Marques Constantino Mendes, 46, que fazia a ronda no empreendimento, Valdir foi encontrado deitado, tentando se esconder. Ao vê-lo, o morador de rua teria pegado uma barra de ferro para atacá-lo. O vigilante, então, sacou a arma, o que fez com que Valdir largasse a barra e corresse. Nesse momento, uma perseguição à vítima teria se iniciado dentro da obra. Valdir parou de correr, pegou um pedaço de pau e, mais uma vez, partiu para cima de Elias.

Legítima defesa

Segundo o vigilante, ele teria atirado uma vez nas costas da vítima, em legítima defesa. Ao perceber que o morador de rua havia morrido, Elias acionou a polícia.

Segundo os militares que atenderam o caso, no local foram encontrados a vítima, já morta, o vigilante e uma mulher, que se apresentou como ex-companheira do morador de rua. “Eu estava passando na rua e escutei o tiro. Quando entrei na obra, Valdir já estava caído, morto”, contou a mulher.

A perícia esteve ontem na obra do shopping, mas não conseguiu identificar se o disparo realmente foi contra as costas da vítima. Há dúvidas se o vigilante teria realmente atirado nas costas ou no peito do morador de rua, já que o tiro atravessou o corpo do morador de rua.

Elias informou que é vigilante há mais de 28 anos. Ele foi autuado por homicídio e encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

Para delegado, disparo não foi por legítima defesa

Para a polícia, a declaração do vigilante Elias Marques Constantino Mendes, 46, é contraditória.

O delegado Marcelo Cavalcanti disse que embora o vigilante tenha alegado legítima defesa ele atirou contra as costas da vítima. “Essas pessoas são orientadas ao manusear uma arma. Atirar nas costas de alguém não é legítima defesa”, afirmou.

A polícia ainda tem dúvidas sobre em qual parte do corpo o tiro teria acertado. Inicialmente, a perícia informou à polícia que a vítima foi ferida no peito. Porém, com o depoimento do vigilante e novas análises, foi levantada a possibilidade de o tiro ter sido nas costas.

“Se o tiro foi mesmo no peito, a Justiça pode entender como legítima defesa. Pra mim, independente do lugar, é homicídio. Ele cometeu um excesso e todo excesso é punível”, declarou.

A VGS Vigilância e Segurança, para a qual Elias trabalhava há 14 anos, foi procurada por A GAZETA e um funcionário informou que ela não se manifestaria nesta quarta-feira (1º) sobre o caso. A BRMalls, uma das responsáveis pela construção, também foi procurada e prometeu se manifestar nesta quinta-feira (2).

 

Fonte:  http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2014/01/noticias/cidades/1474282-homem-invade-obra-e-e-morto-por-vigilante.html

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